segunda-feira, 16 de novembro de 2009

o triste fim dos anões de nenhum lugar

*este texto foi uma consequência de um trabalho adaptativo de um conto inglês, Berenice.
*ensaio ao trash lúdico


Em algum lugar de lugar nenhum, vivia um rebanho de anões, onde viviam comendo suas respectivas anãs, mineravam e plantavam.
O charme da vila era o inconfundível tédio. Com o passar do infinito, uma transmutação gênica reflexiva de três anões de toda a vila aconteceu. Foi o gênese da rebeldia contra o sistema da sociedade anã.

Ao invés de minerar, pescavam.
Ao invés de comer a mesma xoxota, queriam a masturbação corriqueira e uma recorrente pulada de cerca.
Ao invés de plantarem os vegetais, comiam no McDwarfonalds.

Um dia, voltando da pesca, os três pequenos homenzinhos acharam alguns cogumelos no caminho. Cogumelos dourados.
Comeram.
O hábito de come-los foi imediato. Todos os dias que iam pescar, procuravam cada vez mais aqueles Cogumelos dourados.

Certo dia, uma misteriosa onda de desgraçada assombrou a vila dos anões: os anões começaram a ter catalepsia. Como ninguém conhecia esta doença, concluíam que os anões morriam ( e na verdade apenas dormiam de olhas abertos ).

Logo virou febre enterrar uns aos outros. E para piorar a situação, os que ainda não haviam sofrido da catalepsia, arrancavam os dentes de ouro, antes de enterrarem um irmão anão.
O curioso foi perceber que os três dependentes químicos de cogumelos dourados pareciam terem se tornado imunes a catalepsia, o foram os últimos que restaram da vila.

Após terem enterrados toda a vila e terem sobrados apenas aqueles três anões, não demorou para que a solidão senta-se a mesa. Logo estariam percebendo que as anãs também foram enterradas, e as punhetas não adiantavam mais.

No auge da solidão dos três pobres anões, lembraram da reserva de dentes que haviam arrancando de seus conterrâneos, e resolveram ligar para a melhor anã de programa da região de lugar nenhum.

Logo ela chegou, mas a ficha demorou a cair para os três. Não acreditavam em tamanha beleza. Foi a anã mais linda que já haviam na vida, e agora não conseguiam dizer mais nada. Estavam com monomania em seus seios redondos e pontudos.

A anã de programa, sem saber o que fazer pela falta de ação dos anões impressionados, resolveu começar com um strip-tease para começar a noite. Mas isso foi o suficiente para um ataque cardíaco em cadeia nos três, que na primeira exposição de um dos peitos da anã, neutralizou o efeito dos cogumelos, ao mostrar o outro seio descoberto, a catalepsia já estava sobre efeito nos três anões, que caíram no chão com os olhos arregalados.

A anã de programa, assustada, em um ato quase impulsivo, roubou os dentes de ouro que estavam na mesa dos ex-anões milionários, e fugiu até sumir pelas árvores.

Assim que acordaram, demoraram um tempo a chorar por perderem a transa e os dentes.
Mas logo, a primavera chegou, e mais cogumelos cresceram, bonitos e saudáveis, enquanto os anões sobreviventes acabavam com os peixes que restavam do lago.

E assim o sol nascia nas montanhas sem nome.

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